Google pode ter alcançado supremacia quântica

Google pode ter alcançado supremacia quântica, foi o que publicou um paper de estudo no site da NASA que movimentou o mundo da computação nos últimos dias. O documento (que já foi removido) dizia que um processador quântico criado pela empresa foi capaz executar em 3 minutos e 20 segundos um cálculo que, no computador mais potente da atualidade (o Summit, da IBM) levaria cerca de 10 mil anos.  Esse caso, no qual um equipamento quântico consegue fazer um trabalho melhor do que um “normal”, chama-se “supremacia quântica”.

Dos bits aos qubits

A computação atual utiliza bits (os clássicos 0 ou 1) para armazenar ou processar informações dentro da máquina.  Já quântica utiliza os qubits (ou bits quânticos) como medida. A diferença principal está no fato de que os qubits conseguem “se encaixar” de inúmeras formas entre o 0 e o 1, o que aumenta de forma significativa a quantidade de informação que pode ser processada por essas máquinas.

Por exemplo: enquanto dois bits só conseguem apresentar um tipo de informação por vez, dois bits quânticos são capazes de expressar quatro estados ao mesmo tempo. Mas nem tudo é alegria nesse formato de processamento: por ainda ser bastante experimental, os qubits só trabalham dentro de condições muito restritas (como temperatura bem abaixo de -200°C) e, mesmo assim só conseguem executar tarefas muito específicas.

O progresso é quântico, mas a passos de tartaruga

Ao ler a notícia sobre uma máquina capaz de fazer essa quantidade gigantesca de cálculos, é comum pensar que estamos bem perto de uma realidade em que esses equipamentos consigam processar tanto questões matemáticas como analisar corpos tão pequenos e complexos como moléculas. Porém, apesar desse futuro ser uma possibilidade, ela ainda está bem longe de se tornar algo concreto.

Segundo o jornalista Ryan Mandelbaum explicou em um texto para a revista americana Wired, os computadores quânticos disponíveis atualmente podem ser comparados com as máquinas que existiam nos anos 50: caras, gigantescas e capazes de executar poucas tarefas e de forma extremamente limitada.

Como todo avanço, essa conquista precisa ser celebrada pelas possibilidades que abre, mas ainda vai levar ao menos alguns anos para que a ciência consiga controlar e usar esse tipo de computação de uma forma mais controlada e eficiente.