Esse documento (ao qual pertence o esquema abaixo) entrou para a história ao colocar a tecnologia por trás da web em domínio público, permitindo o desenvolvimento da plataforma nos anos seguintes.
Quando foi criado, o sistema era conhecido como “Mesh”. A ideia de chamá-lo de “World Wide Web” só surgiu em 1990, quando Berners-Lee estava escrevendo o código da web. Um nome grandioso, sinal da dimensão que o sistema teria, como reflete o atual diretor-geral do Cern, Rolf Heuer.
Para comemorar a data, Tim Berners-Lee, o World Wide Web Consortium (W3C) e a Fundação World Wide Web estão lançando uma série de iniciativas com o propósito de reafirmar os princípios da proposta original. Uma dessas iniciativas é a campanha chamada “The web we want” (a Web que queremos), que convida as pessoas a defenderem o seu direito a uma Internet livre, aberta e verdadeiramente global e propõe a criação de uma carta de direitos em cada país –uma afirmação de princípios que, ele espera, será apoiada por instituições públicas, autoridades governamentais e corporações.
“Precisamos de uma constituição global, de uma carta de direitos”, explica Berners-Lee, preocupado com os crescentes ataques de governos e empresas à Internet e à Web. Segundo ele, novas regras são necessárias para proteger o sistema “aberto e neutro”. O pai da Web não quer vê-la, bem como à própria Internet, “balcanizada” por países ou organizações que dividam o espaço digital para trabalhar sob as próprias regras, seja por motivos de censura, regulação ou comércio.
“A Web é universal, aberta, descentralizada e royalty-free”, completa ele. Na visão de Berners-Lee, a regulamentação da internet é necessária, mas deveria ser mínima. Segundo ele, os esforços para controlar conteúdos podem causar impacto em outras áreas como decisões de voto e o desenvolvimento da democracia.
Na visão de Berners-Lee a Internet está envenenada por um grande pacote de mudanças em seu uso e suas habilidades. Comparada à evolução dos veículos e da televisão, a Internet é um espaço muito mais abstrato com alto potencial de inovação. “Há um grande número de mudanças por vir”, disse Berners-Lee. “Se você olhar 25 anos para trás… vai perceber que estamos em um estágio embrionário da Web em muitos pontos de vista”.
Hoje, Berners-Lee está envolvido com o desenvolvimento da “Web Semântica”, que permite que máquinas inteligentes interpretem dados e façam um roteamento dos mesmos de uma forma intuitiva para os usuários. A Web Semântica incorpora uma linguagem de tagging chamada Resource Description Framework para descrever dados, da mesma forma como o HTML (Hypertext Markup Language) é usado para documentos.
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“Os bilhões de usuários da web são o que a fizeram grande. Espero que muitos deles juntem-se a mim hoje para comemorar este importante marco. Eu também espero que este aniversário desencadeie uma conversa mundial sobre a nossa necessidade de defender os princípios que fizeram da web um sucesso. É preciso desbloquear o potencial inexplorado da web. Eu acredito que podemos construir uma web que seja realmente para todos: uma web que seja acessível a todos a partir de qualquer dispositivo e que capacite todos nós a alcançar nossa dignidade, direitos e todo o nosso potencial como seres humanos, diz o pai da Web.
Comemoração
A intenção das entidades, hoje e durante todo este ano, é celebrar os primeiros 25 anos da Web. Muitas outras organizaçãoes aderiram ao chamado de Berners-Lee, criando conteúdo celebrando a data. Entre elas o próprio CERN e também o Pew Research Center, que publica uma série de pesquisas osobre como será o mundo em 2025.
Na opinião do criador da Web, há muito a fazer para que a Web alcance seu pleno potencial.
“Devemos continuar a defender os seus princípios fundamentais e enfrentar alguns desafios importantes. Para citar apenas três: (1) Como podemos conectar os quase dois terços do planeta que ainda não podem acessar a Web? (2) Quem tem o direito de coletar e usar os nossos dados pessoais, para que fins e sob quais regras? (3) Como podemos criar uma arquitetura aberta de alto desempenho que será executada em qualquer dispositivo, em vez de cair em alternativas proprietárias?” – defende o site comemorativo.
As próprias entidades reconhecem que não há respostas fáceis para essas e muitas outras perguntas. Mas lembram a todos nós que a Web foi construída por todos nós, e por isso, devemos fazer tudo o que pudermos para continuarmos desempenhando um papel ativo na definição de seu futuro.
Mais de duas em cada cinco pessoas no mundo, muitas vezes divididas geograficamente e socialmente, estão agora ligadas à web. A cada minuto, elas enviam umas as outras centenas de milhões de mensagens, compartilham 20 milhões de fotos e gastam pelo menos US$ 15 milhões em bens e serviços. O sucesso da web pode ser atribuído ao seu desenho original, como um sistema descentralizado e uma arquitetura aberta que qualquer um poderia ajudar a construir.
No entanto, o verdadeiro potencial da web aberta como uma ferramenta para o empoderamento em todo mundo ainda precisa acontecer, e pode diminuir se os principais desafios não forem resolvidos. Ao longo de 2014 e posteriormente, Berners-Lee buscará engajar os usuários da web, empresas e políticos no debate crítico de questões como:
– Regulamentação da Internet está muito disputada em terreno mundial e nacional. Que novas soluções inclusivas podem evitar os danos de uma web fragmentada?
– A nossa capacidade de usar a web para falar e organizar coletivamente está sob ameaça de censura e vigilância, qualquer usuário online está ameaçado por cibercrimes. Como podemos atender a sociedade a partir das necessidades crescentes de liberdade e privacidade online, bem como de segurança?
– Globalmente, menos de 10% do conjunto de dados chave do governo têm sido abertos gratuitamente para aproveitamento online, limitando drasticamente o empoderamento de inovação da web em áreas como a melhoria do transporte público e a luta contra a corrupção. Que medidas podem ser tomadas para despertar o verdadeiro poder dos dados abertos?
– A Plataforma web aberta deve ser capaz de se expandir para atender a indústria que demanda por interoperabilidade, mobilidade e desempenho em dispositivos conectados de todas as formas e tamanhos. Como vamos enfrentar os desafios colocados por essa diversidade?
– Como vamos promover um rico ecossistema de diversidade e inovação a longo prazo, ao invés de jardins murados menos férteis?
“Se queremos uma web verdadeiramente para todos, então todos devem ter um papel na formação de seus próximos 25 anos”, diz Berners-Lee.
Outra iniciativa convida todos os internautas a enviarem uma mensagem de aniversário para a Web usando a hashtag #web25, em qualquer plataforma de mídia social. “Conte-nos seus sonhos para a web com #Web25”, convida Berners-Lee. As mensagens selecionadas serão publicadas em um cartão virtual de aniversário no site http://www.webat25.org/.
Já deu parabéns para Web hoje?
fonte: http://idgnow.com.br/